Momentos só meus

Cada vez me convenço mais de que devo ser uma pessoa mesmo muito pequenina, má e mesquinha.

Há sempre "alguém" contra mim, e não é mania da perseguição, é de facto verdade, e o que é triste é que vem sempre de quem menos espero, daqueles que me são queridos e chegados.
Há sempre alguém que me "deixa de falar", ou melhor, que me fala mal, que me manda bocas indirectas, e desta forma nem sequer me posso defender, pois se é um facto que não sei o que foi que fiz.

Não sou de fazer chamadas telefónicas para saber se estão bem, isso é verdade, e sei que aqueles que se sentem sós dão importância a esses pequenos gestos, mas sou preguiçosa para falar ao telefone, prefiro ir a casa da pessoa ou receber na minha casa, e estar horas a falar, disto e daquilo, porque é bem verdade que sou faladora, mas também sei escutar.

Não tenho tempo, trabalho e estudo, sou mãe, esposa e tento ser dona de casa, e o tempo que me resta tento dormir, e às vezes é tão pouco...

Tenho a absoluta certeza que quando estou presente tudo faço para não magoar, ofender, melindrar pois odeio o confronto, a discussão, e sei que a minha fragilidade me leva a perder as batalhas, por isso as evito.
Ok, só pode ser a minha ausência que magoe e ofenda tanto, porque só assim se explica que me digam o que dizem.

Tenho pena, mas neste momento sinto-me como um animal ameaçado, e quando o animal se sente ameaçado o que faz? Ataca!
E apetece-me atacar.

Apetece-me responder a certos mails, mas sei que se o fizer não há volta a dar, e não vale a pena...

A família é o que de mais importante temos, mas então porque é que a família se magoa tanto?