27.3.11

 

E a história repete-se

"É necessário prever os gastos da vida moderna, absorvedora e difícil; é necessário reduzir o déficit, que ele não se alargue até à mortal bancarrota; (...) para levantar recursos o governo podia reduzir o funcionalismo exagerado (...); podia cercear as despesas com os ministérios respectivos (...); podia repelir as pompas militares (...). Mas não: escolheu precisamente os impostos, que são uma vexação, uma injustiça e um começo de agonia popular.

Dentre os tributos, podia escolher aqueles que ferissem o luxo e a vaidade custosa - o que era uma austera moralidade; podia estudar a riqueza nacional, (...) e então, convenientemente e inteligentemente, lançar o tributo onde ele menos custasse ao país ? e isso era sábia moderação. Mas não: escolheu precisamente o imposto de consumo ? o que é um roubo violento." (Eça e os Impostos. Coimbra: Almedina, 2000. pp. 58-59)

 

1867 mas podia ser hoje...

"Eça e os Impostos" "Disse alguém que o imposto era a maneira mais justa e mais eficaz que o contribuinte tinha de colocar a sua fazenda. Decerto. Decerto, se as despesas públicas fossem nascidas da utilidade e do bem do povo; se os recursos que o imposto dá fossem administrados com economia, vigilância, probidade e inteligência; decerto, se as despesas servissem para acrescentar o poder, a riqueza, a moralidade, a nobreza da nação; decerto, se essas despesas fossem com um sistema de instrução pública bem aplicado, se fossem para cumprir os terríveis compromissos do Estado para com os seus credores, se fossem para grandes obras públicas sabiamente reguladas." Artigo de Eça de Queiroz no Distrito de Évora nº17 de 7 de Março de 1867. Ontem, tal como hoje, a história repete-se!!

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